quinta-feira, 10 de maio de 2007

Homem-aranha 3, a surpresa na desilusão


Escrever sobre o homem-aranha é sem dúvida um trabalho facilitado, já que todos conhecem o super-herói da Marvel, ficando assim dispensadas quaisquer tipos de apresentações. Saltamos assim para o mais importante, assunto desta pseudo crítica (termo para evitar “confusões”): o terceiro capítulo de uma das franchises mais lucrativas da história do cinema. Os anteriores episódios foram um sucesso de crítica e bilheteira o que encerrou neste terceiro, mas não último capítulo da saga (a prever pelas últimas declarações), grandes expectativas. Defraudadas? Não!
Comecemos pelo óbvio, aquilo que se adivinha não só pelo trailer mas pelo orçamento astronómico do filme (o mais caro filme americano de sempre): os efeitos especiais! E, no que se refere a este ponto, nada a acrescentar. É unanimemente concordado que os efeitos especiais são do momento, do melhor deste momento! Ultrapassado este previsível ponto inicial, resta-nos a parte que gera mais discordâncias, o que torna obrigatório referir Sam Raimi. De facto este realizador soube nas duas anteriores incursões adequar um bom ritmo cinematográfico, aproveitando as fragilidades do herói, juntando-lhe a já supra citada consciência gráfica. Ora e neste filme, na minha (dissemelhante) opinião, todas estas qualidades cinematográficas são novamente conseguidas. É certo que há as forçadas coincidências para a suposta coerência da narrativa, alguns estereótipos nas personagens, diria mesmo alguns diálogos clichés, mas o que é inegável é o talento de Sam em conseguir dar alguma coerência a uma história que inevitavelmente (relembre-se o orçamento) tem de ser hiper. Agora não temos nem um, nem dois, nem três, mas quatro inimigos: Sandman, o monstro da areia, Venom, um aracnóide repugnante (a trazer alguns sustos à saga), Harry Osborn, a violenta vingança interpretada por James Franco, e o próprio Peter Parker. “Hummmmm…Peter parker?!” Percebo a confusão… agora um dos vilões do homem-aranha é mesmo o próprio homem aranha, especificamente falando o lado negro do homem-aranha. A este se deve uma confusa identidade, uma crise na relação amorosa com Mary Jane (numa altura em que o noivado parecia fazer sentido) e mesmo um excesso de confiança, agressividade, arrogância e sex appeal. Afinal é isto que faz o sucesso do homem-aranha: a idealização de um super-herói, que com todas as suas sobrenaturalidades, é frágil, complexo, melancólico, uma verdadeira pessoa vulgar. E é isto que eu louvo nesta saga…
Homem – Aranha encerra assim uma excelente trilogia de super-herói, um excelente exercício de entretenimento e acção, longe da superficialidade de inúmeros filmes que passam nesta arte milionária. Afinal, foi uma surpresa num filme rotulado de desilusão.
Classificação:

2 comentários:

Anónimo disse...

QUE DECEPÇÃO... os dois primeiros estão altamente, mas o 3º...
O filme é MUITO descritivo, chegando até ao cúmulo de certas cenas parecerem um enredo de novela...
Só para a tia do Parker lhe dar o anel que foi do casório dela para ele pedir a Mary Jane em casamento, já passou meia hora...
o filme tem 2h20 e a certa altura eis que se ligam as luzes e surge a linda palavra "INTERVALO" (não via isso à anos...)
Ainda pensámos que a 2a parte fosse acelarar... ESTAVAMOS ERRADOS...
Excepto as estonteantes cenas de acção e efeitos especiais espectaculares, o filme arrasta-se num enredo tedioso em que toda a gente desespera porque parece que nunca mais vai acabar...
Como se não bastasse o Peter Parker ter aquele ar de tótó, eis que são ultrapassadas todas as fronteiras do ridículo quando, ao ser afectado pelo tal "lado negro", puxa uma franjinha do cabelo para cima dos olhos e pavoneia-se na rua, dançando qual misto de John Travolta no "Grease" e Michael Jackson (só lhe faltou mesmo agarrar nos "tintins"...)... ABSOLUTAMENTE RIDÍCULO... e ainda uma cena em que o Parker aparece nu na sombra de uma torre (O SONHO DE QUALQUER MULHER, SEM DÚVIDA... LOL... nessa altura as raparigas do cinema já estavam a vomitar para o balde de pipocas, e entao na parte em que o Parker bate na Mary Jane por estar passado... só faltava atirarem tomates para o ecrã)...
Para acabar, eis que o suposto assassino do tio do Parker e o Aranha começam a CHORAR no fim do filme...

Concluindo, ainda bem que não arrastei ninguém para essa seca... já basta a seca de terem lido este texto todo...

P.S.: Vamos lá ver se não levamos outra banhada na sequela do Fantastic 4...

Marlene. disse...

AHHHHH ainda bem que fiquei em casa e não vi o filme...AHAHAHAHAH