terça-feira, 23 de outubro de 2007

Um (outro) azar do caraças...

Convenhamos que pertencer às minorias, no campo cinéfilo, não é difícil. Agora, quando nem sequer as minorias existem, ai aí tenho a certeza que qualquer totó que diverge é corrido à paulada. E eu tive esse maldito azar do caraças de não achar grande piada a este filme. É para muitos, ou melhor dizendo, para quase todos, um filme do caraças (wow consegui dizer três vezes caraças no mesmo texto…ou quatro!) e, para outros tantos, a melhor comédia dos últimos anos! Ora bolas, 91% no rotten tomatoes e nem uma única crítica menos positiva pelos sites portugueses, e ainda sim acho-o simplesmente mediano! O melhor (valha-me isso) é que o digo (leia-se "escrevo") no blog, a dizê-lo literalmente corria o risco era de ficar como o título do filme Knocked Up! A verdade é que ainda não é desta que Judd Apatow me convenceu. Já O virgem aos 40 anos tinha sido considerado (incompreensivelmente, para mim) como um dos 10 filmes a reter em 2005, e agora este Azar do caraças que não sendo um mau filme, não senhor, não é a obra-prima aclamada. Conta-se a simpática história de um rapaz desmazelado, gorduchinho (é sempre complicado definir casos intermédios), que fuma umas passas com os estranhos amigos e tal, enfim, o habitual teen americano, que, numa noite (de sorte?) engata uma rapariga elegante, bonita, inteligente, enfim, o sonho do qualquer habitual teen americano. E daí, nasce um filhote… convenhamos, a história é engraçada e é apetrechada de sólidas personagens secundárias (os amigos disfuncionais de Ben, e o casal adulto Debbie e Pete). Mas esta preocupação cuidada (e rara) com as personagens não chega, principalmente num registo em que se pedem (muitas) gargalhadas. Percebo quando se diz que há aqui uma fugida às piadas fáceis em que o género caiu, uma retratação muito mais fiel da realidade, fora de estereótipos e clichés. Percebo (e louvo também) o facto de por um lado o filme não esquecer o seu lado teen (drogas, sexo, rock 'n’roll, está tudo lá) mas com uma vertente mais subtil e adulta, e não as disparatadas comédias (?!) que saem por vezes no cinema. Mas faltam-lhe gags, é excessivamente longo, e por vezes não se decide enquanto comédia ou drama romântico. No fundo, falha como comédia, e isto deveria ser, antes de mais, um filme para rir às galhofadas. A mim, não me convenceu…
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3 comentários:

Vitor Moura disse...

Boas!
Eu normalmente costumo ir contra as opiniões da maior parte dos critícos, não por birra, mas sim porque muitas vezes achincalham os teen movies quando eles até são necessários. Muitas vezes gostamos de ver filmes que nos façam rir sem ter que pensar. Descomprime. Desta vez até tou do lado deles, porque sinceramente gostei deste filme. Não sendo um desses teen movies parvo mas divertidos, acho que tem pormenores fora de série. Eu pelo menos morro de medo que aquilo me aconteca, e tal como o Ben, acredito que numa situação daquelas ficasse mesmo sem saber como reagir. Acho que sem exagerar consegue fazer rir, e isso é dificil num filme deste tio, normalmente são extremos, ou faz rir do inicio ao fim ou entao cai no drama exagerado. Considero-o um filme divertido mas que dá que pensar! É uma opinião e os filmes não podem agradar a todos, e concordo contigo quando dizes que não é uma obra prima.
Agora só um aparte, é de apreciar como Seth Rogen evoluiu como actor desde Freaks and Geeks!

Frequência Jovem disse...

Sim, eu não o referi mas obrigado por lembrares o nome de Seth Rogen. Sem dúvida que está a evoluir como actor...

FJ

Vitor Moura disse...

epah, muita gente pode não conhecer esta série por so ter passado na sic radical, mas acreditem que Freaks and Geeks é mt boa...não é uma serie normal k veriamos numa rtp ou tvi(ao lado de house era estranho!), mas tem momentos geniais sobre a adolescencia! Apesar de a sociedade nos EUA ser diferente da nossa, ainda assim se ve momentos que não diferem! De vez em quando a Radical ainda se lembra de repassar!algo a ver! :P