segunda-feira, 9 de abril de 2007

300, uma pseudo-crítica

Um sucesso de bilheteira? Uma evolução cinematográfica? Um blockbuster? Uma surpresa? Uma desilusão? De facto, um pouco de tudo, mas nenhum em isolado. 300 é um filme de muitos “e” e “ mas” e qualquer concordância com uma pergunta em isolado seria redutor…há sempre mais para dizer. O novo filme de Zack Snyder, é, em primeiro lugar, uma aposta visual assombrosamente ganha. Não é revolucionário (“Sin City”), mas é uma evolução significativa, algo que, a verdade seja dita, o trailer já fazia adivinhar. Os cenários, os combates, o exército, tudo feito a computador, o que faz surgir a pergunta inevitável: onde acaba o fictício e se inicia o real? Recuemos 25 séculos e, aí sim, algo de muito real aconteceu: a batalha de Termópilas, na qual se baseia (?!) o filme. Em Agosto de 480 a.C. 300 espartanos, sob o comando do rei Leónidas (Gerard Butler), lutaram contra o número ridiculamente superior de 250000 persas, sob o comando do rei Xerxes (Rodrigo Santoro). O final da batalha é previsível, e, talvez, não demonstre toda a sua importância. Na verdade, não falamos de uma simples batalha (se é que alguma batalha possa ser reduzida a tal vocábulo), falamos sim da salvação de Atenas e, por conseguinte, do nascimento da civilização Ocidental, afinal, falamos de uma batalha decisiva em todos os aspectos. E é isto que 300 não soube, arrisco-me a dizer, não quis mostrar. O projecto narrativo é, sem dúvida, a nódoa negra deste filme visualmente esplendoroso e diria mesmo belo, mais belo do que o real (!). Contudo admitamos… 300 é baseado não numa batalha, mas numa novela gráfica (Frank Miller) baseada numa batalha, o que faz toda a diferença. Justificado o erro, sobra um "grande" entretenimento…
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1 comentário:

Anónimo disse...

Eu não acho que o projecto narrativo seja a nódoa negra do filme. Para além que este nunca teve um propósito didáctico. Não tenciona evocar o passado, nem projectar a História ao pormenor. A intenção real deste filme e de outros (Sin City) é passar a banda desenhada para celluloid, o mais fiel possível. Mais nada! E de facto, foi conseguido da melhor maneira. Uma verdadeira obra de arte!
Para quem queira saber mais sobre esta batalha épica, conselho a ler um livro de história ou ver o filme "The 300 Spartans".